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Mostrando postagens de junho, 2025

Do reencontro ao desencontro: uma reflexão sobre os paradoxos da conexão.

O que é um reencontro senão um espelho do tempo? Quando o Instagram — esse arauto digital dos nossos laços — nos apresenta um rosto há muito guardado na memória, não é apenas um algoritmo que age, mas uma ironia do destino. A tecnologia, fria em sua lógica binária, torna-se mediadora do que há de mais humano: a nostalgia. Aquele instante de reconhecimento — "Será que é quem penso?" — revela um paradoxo fundamental: buscamos no outro a permanência, mas ele chega até nós transformado. A euforia que segue não é apenas pela redescoberta, mas pela ilusão de que podemos resgatar o que o tempo levou.  A alegria do reencontro é como um rio que retorna ao seu leito seco: traz consigo a promessa de vida, mas também a memória da ausência. Enviamos solicitações digitais como quem estende uma ponte sobre o abismo dos anos, acreditando que os afetos do passado podem ser reativados como conexões de Wi-Fi. No entanto, o que ocorre é mais complexo: a emoção, ao transbordar, muitas vezes se pe...