É fascinante como nos prometem um mundo de infinitas conexões, não é mesmo? A palma da nossa mão pulsa com a energia de bilhões de informações, rostos e vozes. Quantas vezes, ao deslizar a tela, nos sentimos parte de algo grandioso, um fluir constante de ideias e experiências? Mas, e quando a tela se apaga? Ou quando nos vemos rodeados, em uma festa ou em um café, mas o olhar busca o brilho azul que já se tornou uma extensão de nós? Lembro-me de um entardecer, o pôr do sol pintando o céu com tons de laranja e roxo – uma cena de tirar o fôlego. Ao meu redor, celulares em riste, capturando o momento. Ninguém parecia realmente ver o sol se pôr, mas sim a versão digital dele que seria compartilhada. O que se perde nesse hiato entre a vivência e a representação? A sensação, por vezes, é de que construímos pontes virtuais tão rapidamente que esquecemos como andar sobre o solo firme de uma conversa olho no olho, onde as nuances da voz e a delicadeza de um gesto falam mais que mil emojis. A ir...