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Mostrando postagens de novembro, 2025

Entre o medo do novo e a coragem de recomeçar

  Há momentos na vida em que permanecemos onde não queremos mais estar. E isso não acontece por ingenuidade ou falta de percepção — pelo contrário, às vezes carregamos a consciência de que algo não nos faz bem muito antes de conseguirmos agir. Mas saber não basta. Entre o entendimento e o gesto existe um abismo feito de medo, de cansaço, de inseguranças acumuladas ao longo dos anos. Permanecer, mesmo no que dói, pode parecer mais suportável do que caminhar em direção ao que não conhecemos. O familiar oferece um tipo de abrigo, ainda que frágil: ali, ao menos, sabemos o que esperar. E esse “saber” funciona como uma armadura emocional que evita o confronto com a vertigem do novo.   É nesse intervalo entre o desconforto e a decisão que surgem justificativas que tentam organizar o caos interno. “É pelas crianças”, “é pela casa”, “é pela estabilidade” — são frases ditas com convicção, mas que muitas vezes escondem outras verdades mais profundas. Tomamos os outros como escudos porqu...